Brasileiros no Canadá 

Brasileiros no Canadá 

POR VIVIANE FAVER, DE NY

Para quem vive no Canadá o confinamento tem sido um dos mais duros, devido ao inverno rigoroso que dura cinco meses, com temperatura que, em fevereiro pode chegar a menos de vinte graus negativos. Então, quando chega a primavera e a temperatura está mais amena, as pessoas querem sair de casa. Isso não vai acontecer tão cedo, infelizmente, segundo o vice presidente do Conselho de Cidadania de Montreal, Bruno Hildebrando.

Ele, que há anos  trabalha com projetos voltados à comunidade brasileira de Montreal, conta que o site a instituição está transmitindo vídeos ao vivo no Facebook, sendo uma série de shows online ao vivo com artistas brasileiros que residem no Quebec, e outra série com profissionais de diversas áreas, falando sobre assuntos que tenham utilidade ou interesse público, como as mudanças dos vistos de estudantes e pedidos de residência permanente, orientações da OMS para o período da quarentena, questões de testamento, casamento e divórcio, previdência pública e privada no Canadá, entre outros. 

“Nós também temos apoiado iniciativas vindas da comunidade, como divulgação de eventos e de pequenos negócios e artistas brasileiros”, conta. 

O Conselho em Ontário também tem sido bem ativo. Segundo o presidente do conselho, Arnon Melo, desde o ano passado eles tem usado a sala no Consulado do Brasil em Toronto para fazer eventos presenciais com palestra de vários profissionais Brasileiros que moram em Toronto.

Arnon Melo fala que a intuição em parceria com Consulado esta auxiliando os brasileiros que se encontram atualmente no Canadá sem status de residente, que necessitam retornar ao Brasil com urgência e não podem aguardar a reativação das rotas aéreas regulares, prevista atualmente para o final de maio de 2020. 

“Nosso objetivo é informar o governo brasileiro, através da Embaixada Brasileira em Ottawa, o número de Brasileiros que estão impossibilitados de retornar a seus lares devido à crise atual”, explica.

Viagem cancelada

Entre os brasileiros que tiveram que cancelar seus planos de ida ao Brasil, está o casal Nathara Imenes e Luiz Fernando Reis. A viagem estava marcada para o  junho, para ir a um casamento. No entanto o voo já está marcado como elegível para cancelamento grátis pela empresa aérea. 

A  formatura do College que Nathara faz em Toronto estava marcada para junho, foi adiada para outubro também. “Minha mãe vinha me visitar para a formatura, o voo dela já foi cancelado”, lamenta. A carioca, Nathara Imenes se mudou para o Canadá com seu marido em agosto de 2018 para estudar jornalismo na Seneca College, em Toronto.  Hoje ambos são residentes permanentes.

Ela conta que no começo de março começou a perceber que deveria evitar estar ficar na rua e usar álcool gel quando pegasse transporte público, mas a rotina ainda estava normal. No entanto no meio do mês de março o governo decretou a quarentena oficialmente, foi quando Nathara precisou correr pra estocar coisas e se preparar para ficar em casa permanentemente.

Suas aulas foram movidas para modalidade online. E ela começou a ter que planejar com cuidado o que precisa fazer na rua para sair de casa no máximo um dia na semana. 

"Meu marido teve desvio de função no trabalho dele como única alternativa para não ser mandado embora como tantos foram. Ele trabalha em uma empresa de alimentação, então como é serviço essencial ele ainda vai à rua três vezes na semana. Eu trabalho como freelancer, tudo o que estava planejado para o futuro foi cancelado, está impossível conseguir trabalhos”, diz. 

Já a principal mudança no dia a dia foi com a limpeza. Agora o casal lava toda a roupa assim que chegam da rua. O habito alimentar também mudou, pois se antes comiam na rua quase todos os dias, agora fazem compra do mês e cozinham tudo o que comem. 

No entanto, o que mais pesa é saudade da família no Brasil.  "Eu me sinto constantemente apavorada, pra ser sincera. Eu vejo que o governo aqui adotou rapidamente medidas sérias para combater o vírus, não é o caso do Brasil. Eu falo com nossos amigos e com a nossa família, vejo todos com muito medo e sem saber o que fazer. É um sentimento terrível de impotência, de não poder socorrer caso alguém pegue a doença. Nós temos idosos na família, conversamos com todos e tentamos conscientizar dos riscos usando as informações que recebemos aqui, mas é desesperador ver o povo brasileiro em geral não levando a sério porque não recebem informações claras do governo”, declara Nathara. 

Links para ajuda:

https://www.facebook.com/ConcidOntario

https://www.surveymonkey.com/r/RTH3FXZ?fbclid=IwAR17gBJy4mbAL5BcFlE42T3FsdKk7ieKgiI8gmGqmMqYPRVDRn7PykhXVQk

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