Crédito: Agência Brasil Número de mortos por Covid-19 dispara em NY
POR VIVIANE FAVER, de NY
A cidade de Nova York tem 49.707 casos de coronavírus e 1.562 mortes, de acordo com o site da cidade. Foram 4 mil novos casos e 188 novas mortes. Segundo o prefeito, Bill de Blasio, a cidade precisa de mais mil enfermeiros, 300 fisioterapeutas e 150 médicos para reforçar os atendimentos às vítimas do coronavírus. "A cidade recebeu 400 ventiladores do Estado de Nova York e precisará de aproximadamente 3 mil ventiladores para a próxima", disse.
A americana Stacy Kovacs trabalha no New York City Community Hospital como assistente médica explicou com exclusividade ao site https://marthaimenes.com o que está ocorrendo dentro do pronto socorro. Apaixonada pelo Brasil e fundadora de uma escola de música e de batucada brasileira em Nova York, chamada Fogo Azul NYC, ela se diz bem preocupada com o que vai acontecer com o Rio de Janeiro.
“Meu coração fica apertado quando penso nas favelas do Rio de Janeiro durante essa crise. Fique em casa e confie nos médicos, não no governo - eles não são médicos. Lave as mãos, use máscara - mesmo que seja um pedaço de pano”, avisa.
Ela relata que o vírus se espalhou nos EUA antes dos médicos terem conhecimento, infectando em alguns hospitais e os profissionais de saúde sem eles saberem. Segundo Stacy, o vírus já estava circulando no Brasil na época do Carnaval.
“No hospital em qua trabalho convertemos pelo menos 4 andares, que normalmente tem pacientes que fizem cirurgia, que têm câncer ou outra problemas médicos, em unidades Covid-19. No total são cerca de 1.800 pacientes internados, 20% deles estão em ventiladores - que representa 1 em cada 5 pessoas no hospital”, desabafa Stacy Kovacs.
Sobre equipamentos para os médicos, ela conta que os hospitais só podem solicitar reforço quando já estiver em baixa.
“Pense em todos os 20 hospitais de Nova York estão agora pedindo a mesma coisa! Claro que haverá problema”, exclama.
Stacy antecipa ainda que isso não vai parar até maio ou junho. E ainda que o vírus irá se espalhar lentamente para o interior dos EUA, então provavelmente não terá acabado até o Natal.
Brasileiros infectados EUA
A atriz e fundadora da companhia Et Alia Theater, composta por mulheres estrangeiras, Ana Moioli, se mudou de São Paulo para Nova York há 4 anos. Ela conta que começou a sentir mal por volta de duas semanas e meia atrás. Ana estava na casa de uma amiga com outros brasileiros em Miami, na Flórida.
“Quando a pandemia começou a explodir, muitos deles compraram passagem para o Brasil, para ficarem com suas famílias. Antes de pegar o voo, um desses amigos começou a sentir sintomas – dor de garganta, cansaço e febre. Pouco depois, eu comecei a sentir exatamente os mesmos sintomas. Tínhamos morado juntos por dias, então era claro que tínhamos a mesma coisa – aos poucos, nossos outros amigos também demonstraram os sintomas. Com passagens já compradas, eu voltei para NY e meu amigo foi para o Brasil; conseguimos fazer o teste, e 5 dias depois recebemos o resultado positivo”, relata.
Ela chama atenção para o fato que nenhum deles teve tosse e o sintoma mais específico que todos tiveram foi a perda do paladar. “Em minha opinião este deve ser o sintoma mais divulgado pela mídia, pois não é algo que tenha sido identificado em nenhuma outra doença, e portanto parece ser o sinal mais claro de corona. Alguns dos meus amigos relataram falta de ar, mas eu não tive.”
Ana Moioli diz que começou a sentir melhor esta semana e que foi um alívio que seus sintomas foram brandos, pois ela critica o atendimento médico nos Estados Unidos. “Não só o atendimento é ruim e superficial, como também tudo custa milhares de dólares, procuro evitar hospitais por aqui, o que é possivelmente a pior parte de ser imigrante nos EUA”, opina.
A atriz não pode ir para o Brasil, como muitos de seus amigos brasileiros que foram contaminados em Miami fizeram. Ela está em processo de conseguir o visto de artista.
Ela avalia que o processo de visto nos EUA é muito duro. “Tenho medo do que pode surgir da xenofobia do Trump em tempos de crise (sair poderia significar não conseguir voltar). Porém, a pior parte é, com certeza, o medo do que vem pela frente no Brasil. A insatisfação com o presidente, as notícias ruins que aparecem a cada minuto. As estatísticas são alarmantes. Se em países com governos bem estruturados já estão sofrendo tanto, eu não sei o que vai ser do nosso Brasil. E o sentimento de impotência é terrível”, desabafa a atriz.
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